A privatização das ações públicas do governo de Roraima é uma realidade dura a garantia da qualidade de vida do nosso povo. Recentemente a justiça eleitoral determinou a perda do mandato de Denarium por usar recursos públicos para auferir maior adesão de eleitores. A ferramenta usada, por ele e aliados que se beneficiam da corrupção, foi a distribuição de cestas básicas a um povo que passa fome devido a incompetência da gestão estadual em promover a geração de emprego.
Os bastidores da política demonstram que a gestão de Denarium, o governador dos ricos, mantém apenas privilégios e benefícios aos seus, até mesmo inimigos são atendidos pelas políticas drenadoras de recursos públicos, os quais deveriam atender os interesses do povo, no entanto atendem apenas às vontades do governador, sua família, amigos e seus parentes. Olha que é muita grana.
Olhando a realidade de malversação dos recursos públicos lembro do governo do Neudo Campos e sua NSAP (denominada pelo povo de Neudo, Suely, Amigos e Parentes). Lembra! Aquela agência do BB que abriu na Mário Homem de Melo - alí onde hoje funciona a igreja da Paz - e potencializou um dos maiores escândalos de corrupção do Estado, denominado caso dos gafanhotos. Até hoje temos parlamentares envolvidos neste caso de corrupção com mandatos dentro da ALE/RR.
Na época uma das características do governo era a corrupção que campeava na saúde, na educação, na grilagem de terra, na distribuição de recursos as demais instituições do Estado e na compra direta do povo com migalhas da corrupção ou mesmo de programas assistencialistas que buscavam aplacar a fome do dia a dia com cestas básicas, compradas de parceiros atacadistas que sempre circundam o palácio Hélio Campos de olho na gorda fatura, as vezes de tão gorda não precisa nem do produto.
O incompetente governador parece que quebrou a cara e demonstra que é um péssimo administrador - isso mesmo, administrar empresas privadas com as vantagens comparativas que possui Denarium, isento de impostos e taxas em toda sua cadeia produtiva, além de outros subsídios e um gado nelore originariamente duvidoso é fácil e todos conseguem - ao vincular receitas temporárias do diesel da termoelétrica e da exportação de produtos industrializados para venezuela ao orçamento obrigatório, demonstrou que sua capacidade administrativa é péssima.
Essa grana extra deveria ter sido utilizada para incrementar processos produtivos da economia primária e secundária no Estado, priorizando pequenos agricultores familiares e sistemas cooperativados. Ou mesmo, criado programas de moradia popular que permitissem um maior dinamismo do mercado da construção, setor estratégico ao processo de circulação de moedas. Até mesmo, o turismo seria um caminho na geração de emprego e distribuição de renda.
No entanto, Denarium não quis essa direção. Escolheu transformar a ca$a legi$lativa em uma estrutura com orçamentos anuais 50% maiores que os aprovados na LOA, o mesmo ocorre com outros poderes, não na mesma proporção dos fiés escudeiros, os quais ao invés de fiscalizar protegem um acusado na CPI da saúde por corrupção, em continuar representando empresas na SESAU, local que muitos parlamentares possuem assento, por meio de contratos terceirizados.
Agora, quer o dono da região do Pacú emprestar R$ 2 bilhões. Para quê? Ninguém sabe. As línguas cabeludas dos corredores da política dizem que é para uma despesa extra que surgiu inesperadamente e proporciona uma grande dor de cabeça ao governador, seus parentes, amigos e a muitas empresas - a exemplo de uma loja de agropecuária, com ligações com o FRIGO 10, fornecedora de boa parte dos insumos do tal projeto de milho implantado em comunidades indígenas e assentamentos - Cadê o milho do Renascer Governador?
Porém, o problema não é falta de dinheiro. É incompetência administrativa. Enquanto os usuários do SUS precisam enfrentar filas intermináveis para ter acesso aos serviços de saúde especializados, os contratos recheiam malas de empresários, alguns deles muito próximo ao governador, a exemplo do senador Chorão, que preside um partido político denominado progressista e empregou a mulher, filho, cunhado, além do seu maior cupincha, todos com salários acima de R$ 20 mil por mês.
Não sendo suficiente, o parlamentar conseguiu a façanha - neste momento em que temos um governador cassado e a grana é uma necessidade alvissareira para manter as estruturas de opressão ao povo e ampliação das desigualdades - multiplicar por 10 o contrato que mantinha com a SESAU para realizar serviços de oftalmologia junto a população. É isso mesmo! A bondade do senador chorão sempre foi remunerada pelo Estado, suas ações são recheadas de dinheiro público do SUS.
O contrato que era em torno de R$3,7 milhões subiu para R$30 milhões. É muita grana dispensada por um serviço precariamente fiscalizado, em virtude desta não ser uma prática do governo Denarium. Fiscalização pode levar a descobertas terrivéis ao governador, como ter a irmã e um sobrinho envolvido com garimpo ilegal. Até agora identificaram a lavagem de dinheiro, se a polícia fuçar mais um pouquinho encontrará um caminho rumo ao Couto de Magalhães.
É uma vergonha a forma como essa aliança de políticos de direita, com empresários do campo e da cidade sequestraram definitivamente o orçamento público para atender seus interesses de classe. A oligarquia agrária que assumiu o poder político com Denarium queria ampliar seus privilégios. Conseguiram. O preço pago é uma contrapartida alta que impõe ao nosso povo a fome, miséria, violência, desemprego e a ampliação do analfabetismo. Esse é o legado de Denarium e seus aliados ao nosso povo. Aos amigos, aí não, todas as benesses do Estado, inclusive com a proteção das cortes de contas.
MARCO TEMPORAL
O movimento indígena de Roraima realizará, hoje, mais um grande ato contra o marco temporal. As atividades simultâneas distribuem-se por todas as terras indígenas e demonstram a unidade política consolidada pelo CIR. Duas semanas atrás milhares de indígenas lotaram por 3 dias a praça Joaquim Nabuco. Pela estrutura que foi montada a expectativa é de que mais indígenas devam comparecer para comemorar o veto do STF à tese do marco temporal. A mobilização é fundamental na conquista de direitos. O movimento indígena roraimense compreendeu isso desde a década de 1980, quando criou o CINTER que viria a ser o CIR de hoje. Parabéns pelo belo trabalho realizado.
INVASÃO DE TERRITÓRIO
Você acredita ser possível carros entrarem em uma fazenda sem autorização para usufruir de um igarapé? Sem a palavra do dono isso é impossível. A ordem é descer chumbo. Por que então empresas de turismo acham que possuem o direito de adentrar dentro da terra indígena sem autorização? Recentemente, no município do Uiramutã, uma caravana entrou sem autorização da Funai e dos indígenas para visitar as cachoeiras. O que é crime. A legislação é clara quanto a permanência de pessoas dentro de terras indígenas demarcadas, precisa de autorização da Funai ou dos indígenas que ali residem. O turismo é uma viabilidade financeira sim, porém deve existir conforme os planos de sustentabilidade aprovado pelos moradores da região, além lógico, necessita de serviços ofertados pelos próprios indígenas. É necessário que a Funai cumpra seu papel, reconhecendo legalmente o caráter de autoproteção das terras. O posto de vigilância da comunidade Tabatinga acertou em filmar e encaminhar a polícia federal para instauração de inquérito, caso contrário teremos uma desordem que trará muito prejuízo às comunidades.
LULA NA ONU
O discurso do Presidente do Brasil na abertura da sessão de debates da ONU trouxe três pontos importantes. O primeiro consiste numa denúncia do neoliberalismo - forma de organização do Estado capitalista - como promotor de desigualdades no mundo, ampliando a concentração de renda e riqueza, além de atacar direitos sociais e individuais do povo. O segundo ponto consiste na defesa do multilateralismo, acerta Lula, ao colocar esse tema como fundamental no processo de consolidação da paz, bem como da resolução de contendas que coloquem em choque interesses dos estados nações. No entanto, não é aceitável que um conselho de segurança estruturado para fomentar a paz, tenha entre seus membros nações que promovam guerras e embargos econômicos sem que esses ataques sejam autorizados pelas nações unidas, as consequências aos povos são drásticas. O terceiro ponto consiste na defesa do combate à fome, mazela que segrega mais de 700 milhões de pessoas pelo mundo, especialmente nos países do cone sul, combater a fome exige um novo ordenamento mundial. Possível apenas quando as nações pobres ou em desenvolvimento tiverem garantido seu protagonismo nos espaços de decisão da ONU.
Bom dia com alegria.
Fábio Almeida
fabioalmeida.rr@gmail.com
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