Olá, Chegamos em 2022! Os últimos anos foram marcados por muitas contradições, exacerbadas devido à crise estrutural do capitalismo, impondo uma maior concentração de renda sob administração de um número cada vez menor de organizações, dentre as quais, a grande maioria oligopólios coordenados por instituições bancárias.
A pandemia ampliou essas contradições do sistema produtivo capitalista, impondo a pessoas, países e regiões inteiras ausência das condições mínimas de proteção a vida humana. Apesar das políticas compensatórias criadas pelas nações imperialistas e em processo tardio de desenvolvimento capitalista a concentração de renda ampliou-se, sendo insuficientes para inverter a lógica do capitalismo que consiste na apropriação privada, pelos burgueses, da produção social da classe trabalhadora.
A América Latina surge como uma das principais regiões atingidas por essa crise econômica, iniciada em 2008, ampliada pela crise sanitária provocada pelo Sars-Cov-2. Desde a colonização fomos usados como fornecedores de matéria prima as grandes economias. O não desenvolvimento de cadeias produtivas na região, nos consolida como nações dependentes de potências industriais, as quais modificam seu padrão produtivo com o avanço da robotização e automação.
O fechamento de plantas produtivas na região latino-americana, amplia o processo de desindustrialização e o desemprego. Portanto, a pobreza cresce em ritmo exponencial, atingindo principalmente a população negra, indígenas e as mulheres, os quais sofrem diante do corte de políticas públicas e com a carestia. Diante deste quadro é necessário que a classe trabalhadora assuma o protagonismo idealizador de um novo mundo, onde possamos superar o atual modelo produtivo que impõe a nossa geração fome, morte e pobreza sobre vastas parcelas da população.
A construção dessa unidade internacional não pode inibir que o povo no âmbito de seus locais de moradia comece a combater não só o capitalismo, também os privilégios aos mais ricos criado pelo neoliberalismo. Recuperar o orçamento brasileiro para atender os interesses da classe trabalhadora e do povo em geral é essencial para que possamos interromper o sofrimento dos povos.
No Brasil, enfrentamos uma quadra mais complicada, pois temos no centro do poder um populista de ultradireita, amplificador de um destoante discurso conservador cristão e uma gestão econômica neoliberal, penalizando trabalhadoras (es) com alta de preços, retirada de direitos trabalhistas e sociais, além da redução dos gastos primários (chegam apenas a 17,5% no orçamento de 2022) e ampliação dos gastos financeiros, principalmente em relação a dívida, chegando no orçamento em 2022, a 49% do orçamento.
Porém, a transformação almejada não se encontra no âmbito exclusivo das superestruturas da democracia burguesas – eleger parlamentares e governos comprometidos com a valorização do ser humano, taxação da riqueza e remessa de lucros, direitos sociais e trabalhistas e garantia de serviços públicos sem custo extra à população é importante – portanto, necessitamos que os movimentos sociais, sindicais e populares preconizem manifestações massivas, para disputarmos os caminhos do próximo Governo e encurtar os estragos que o atual Governo pode fazer.
Interromper em 2022 a continuidade da política neoliberal que se instalou na esplanada dos ministérios, em Brasília, consiste em um passo primordial. Muitas vezes, os movimentos e partidos tentam impor como pauta exclusiva a necessidade de derrotar Bolsonaro. A derrota deste Governo é sinônimo de defesa da vida, mas derrotá-lo e manter a política neoliberal de massacre das pessoas, atingindo mais fortemente os pobres é criminoso, a exemplo da PEC 32/2020 que prever no artigo 37-A, a privatização de serviços e espaços públicos.
Por isso, 2022, deve ser enfrentado não apenas como um ano de esperança em torno da superação do Sars-Cov-2, processo esse encaminhado com a vacinação, mesmo diante da campanha contrária de Bolsonaro e seus asseclas mandatários ou não. Devemos nos preparar para enfrentar e derrotar as políticas neoliberais, imprimendo um processo de revogação de toda legislação aprovada que impõe perdas de direitos aos povos que compõem a nação brasileira, especialmente a Emenda Constitucional 95.
Trago este tema a fim de salientar que vivemos um tempo de disputa do Estado brasileiro, de um lado encontram-se as grandes corporações nacionais e internacionais e seus aliados, representados pelo Governo Bolsonaro, que lucram muito com a apropriação da riqueza nacional, não socializada. No outro campo temos os trabalhadores e suas entidades representativas que devem retomar uma luta política pelo controle do Estado. Caso os trabalhadores omitam-se, mais uma vez, teremos a continuidade de um modelo de gestão que preconiza a defesa dos interesses dos ricos.
SEM GRANA
O corte de recursos no Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) suspenderá o monitoramento do desmatamento no Cerrado. Um dos biomas mais impactados nos últimos 30 anos, em virtude dos processos de desenvolvimento econômico baseados em vastas áreas de terra destinadas a monocultura e a criação de gado.
O valor de R$ 2,5 milhões gastos anualmente para efetuar o monitoramento da região – que registrou entre 2020 e 2021 um crescimento no desmatamento de cerca de 8%, em relação ao mesmo período anterior – representa apenas 0,00014% dos recursos destinados aos bancos no orçamento de 2022 ou o custo de duas “motociatas” realizadas por Bolsonaro no ano passado. Segundo fontes da imprensa o valor das férias de final de ano, que terminaram com o tapado, entupido por um camarão, foi de R$ 2,5 milhões.
Enquanto o Estado deixará de monitorar as queimadas no Cerrado a partir de abril de 2022, caso não seja recomposto o orçamento, torrará bilhões com privilégios que vão da Moqueca comida por Bolsonaro, a isenção de imposto de renda sobre distribuição de lucros e dividendos, passando por cerca de R$ 10 bilhões concedidos até 2023 a empresários com a desoneração da folha de pagamento.
IRMÃO SERVE PARA TODAS AS COISAS?
Na última sexta-feira, 07/01/2022, o Ministro da Cidadania João Roma (ex-aliado de ACM Neto e provável nome de Bolsonaro para disputar o Governo da Bahia) admitiu que o irmão do Presidente, o senhor Renato Bolsonaro, esteve em novembro com o Ministro intermediando recursos para o município de Miracatu (SP). No total foram liberados cerca R$ 35 milhões no final de dezembro, deste valor R$ 10 milhões foram recursos oriundos do orçamento secreto – aqueles R$ 17 bilhões operacionalizados pelos Presidentes da Câmara e do Senado – recursos que servem para atender os interesses políticos de Bolsonaro e dos presidentes das casas legislativas. Após a confirmação do ocorrido deve o MPF abrir investigação para averiguar o cometimento de crime contra a administração pública.
COVID 19
A vacinação é uma realidade importante na situação sanitária em 2022 que se apresenta com o advento da variante Omicron e o aumento de casos de contaminação pela doença. Segundo especialistas da saúde a vacinação impõe um enfrentamento mais humanizado diante da doença, pois tem sido observado que os vacinados apresentam um quadro gripal leve. Porém, a preocupação consiste com os não vacinados e os que tomaram apenas a primeira dose de um dos imunizantes.
Em Roraima a população elegível para tomar vacina contra a Covid 19, acima de 12 anos de idade, era de 494.839 pessoas, ocorre que 25,21% deste público alvo não tomou nenhuma dose de vacina. Do total de pessoas vacinadas com a primeira dose e que não tomaram a segunda dose temos 111.112 pessoas, somadas aos não vacinados temos uma população suscetível a nova variante de 235.848 pessoas. Considerando a taxa de letalidade existente em Roraima de 1,59%, em um cenário de todos não imunizados se infectarem com a Omicron, teríamos que conviver com um retorno de lotação dos estabelecimentos de saúde e cerca de 3,7 mil mortes a mais.
NÃO SOU SEU MAMULENGO CAPITÃO!
A resposta do Diretor-Presidente da Anvisa, diante da suspeição apontada por Bolsonaro, vai muito além de uma reprimenda pública, ao solicitar que o Incompetente da República apresente provas ou peça desculpas. Consiste na demonstração clara de fissuras que começam a trincar os últimos barcos salva vidas de Bolsonaro, especificamente o conservadorismo cristão.
O Barras Torres aparece constantemente com uma Cruz Pátea demonstrando sua relação direta com o cristianismo, vínculo reafirmado na nota expedida quando aponta que sempre cumpriu os mandamentos e nunca levantou falso testemunho, situação em que o Presidente da República não se enquadra.
A discórdia do Incompetente da República com a Anvisa se estabelece pelo apoio que a agência reguladora presta ao processo de vacinação, exclusivamente agora a vacinação de crianças entre 5 a 11 anos de idade. Bolsonaro é contra a vacinação de nossas crianças, como foi contra a vacinação de adultos. Em sua retórica da morte desconsidera as 308 mortes de crianças entre 5 e 11 anos registradas no banco de dados do MS, machucando ainda mais os responsáveis que gostariam de ter tido o direito de proteger suas crias.
FELIZ NOVO ANO
Gostaria de desejar um novo ano de muita alegria, mesmo compreendendo o conjunto de dificuldades que enfrentamos em nosso país e no mundo. Um forte abraço e um cheiro em todos e todas.
BOM DIA COM ALEGRIA
Comments