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Foto do escritorFabio Almeida

07/08/2023

O governador de Minas Gerais no início de mês de junho afirmou que os estados do sul e sudeste eram superiores aos do nordeste e norte, sua lógica estruturada numa cosmovisão xenofóbica fundamenta-se na interpretação de que há mais pobres no norte e no nordeste, por isso mais pessoas vivem do bolsa família, determina portanto o governador - autointitulado não de imbrochável, mais de liberal - que “se tem estados que podem contribuir para este país dar certo, acredito que são estes sete estados (...)”. A fala foi realizada na abertura do consórcio Consud que envolve os 7 estados que compõem a região sul e sudeste.


Neste último domingo, em uma entrevista concedida na cidade de São Paulo o governador voltou a confrontar o norte e nordeste do país, desta vez ao afirmar que é necessário que os estados que integram o consórcio tenham protagonismo político na definição de políticas públicas do governo federal, pois eles possuem 256 parlamentares na câmara dos deputados, 70% da economia e 56% da população. Na lógica agora segregacionista do governador o Consud foi organizado para contrapor os consórcios do nordeste e norte do país.


Essa última intervenção possui outros pormenores que tratarei mais adiante. Neste primeiro momento gostaria de me deter um pouco em torno desta concepção guerreira do ‘nós’ contra ‘eles’. Tentando uma remissão em torno de uma polarização entre uma região liberal e outra região social democrata. Essa polarização medíocre, de uma política rasteira e sem conteúdo organizado em torno de um fio condutor, representa a torpeza já vivida em outros momentos da história brasileira, a exemplo dos núcleos separatistas no sul do país e as facções separatistas durante a revolução constitucionalista de 1932, vai ver foi por isso que a entrevista foi concedida em uma confeitaria em São Paulo.


É importante relembrar que durante o Brasil colônia o Estado brasileiro sempre potencializou a centralidade da formação brasileira nos ditos “7 estados mais promissores”. Essa lógica permissiva de centralizar a grana do país, manteve-se durante o que se denominou República Café com Leite, aquela onde mineiros e paulistas indicavam os presidentes da República.


Muita foi a grana do atual INSS sequestradas pelos estados do sudeste para realização de suas obras de infraestrutura, emprego, circulação de moeda e incentivo a implantação de indústrias, fortaleceu os primos ricos do sul, em detrimento de um nordeste e norte pobre, sim governador. Só que esse tipo de política acabou. Nós queremos, como disse o consócio do nordeste em nota pública, um protagonismo para todos os Estados, nós lutamos para um desenvolvimento integral de nossa nação, exclusividade, prioridade e protecionismo não integram mais a formatação da nação.


O pano de fundo do posicionamento do governador de Minas Gerais - administrador que não consegue solucionar problemas de acesso à água de vastas parcelas de brasileiros e brasileiras que moram naquele território - consiste no início dos debates de reformulações importantes no contrato social vigente no país, o primeiro deles o código tributário. A formulação da nova peça retira o protagonismo dos estados produtores, isso é uma grande transformação que afeta o bairrismo de políticos medíocres como o Zema.


A sua infantilidade política e prepotência reflete-se na afirmação que o consórcio, dos estados do sul e sudeste, foi firmado por governadores de oposição ao governo federal e as demais regiões. O amadorismo político deste governador exacerba sua arrogância, ao transpassar sua posição política para outros mandatários, além de restringir diálogos fundamentais do consórcio com estruturas do governo federal. Zema busca com essa entrevista surgir como uma referência nacional do liberalismo,do conservadorismo e da defesa de pautas preconceituosas segregadores de nosso povo. É fundamental que os outros governadores pronunciem-se urgentemente sobre o assunto, caso contrário a fala reproduz apenas o interesse eleitoral do consórcio, não produzir uma melhor qualidade de vida ao povo da região.


O governador se diz liberal, mas defende a manutenção do programa bolsa família. Estranho essa posição, pois, não há espaço para um a organização liberal do Estado, ter organizada ajudas financeiras a parcelas de seu povo. Portanto, teoricamente o gestor das lindas Minas Gerais é uma fraude teórica que não consegue se estabelecer além da retórica do nome, pois como Governador promove isenções, subsídios e renúncias fiscais a segmentos empresariais, esse é um acinte ao pensamento liberal de Adam Smith, Thomas Malthus, David Ricardo e Mises.


Em outro momento da entrevista, Zema (NOVO) - um aliado do ex-presidente da república - afirmou que o principal legado de Bolsonaro foi a organização da direita brasileira. É repugnante que um governador ainda tente transformar o cidadão que presidiu o país e passou 4 anos flertando com teorias golpistas, seja referenciado pela sua capacidade de aglutinação de pessoas, essa calcada no ódio, na xenofobia, no racismo, na misoginia e na violência contra o próximo. É necessário que o povo de Minas Gerais cobre uma posição clara de seu governador. Minas deu uma bela vitória ao amor, à reconstrução nacional, à valorização da vida. Não é possível que o dirigente máximo do estado represente sua posição medíocre da política brasileira como uma consignação do povo mineiro.


A defesa do liberalismo é um contrassenso tendo em vista a natureza de economia dependente na divisão internacional do trabalho de nosso país, além da ampla projeção de concentração de renda e riqueza que o liberalismo protagoniza. Vide as crises estruturais do sistema de gestão do Estado nas décadas de 1920 e 2000. Onde, mais uma vez, o Estado e os trabalhadores com seus impostos salvaram a balbúrdia lucrativa dos parasitas do mercado financeiro.


Acredito que apesar das críticas à condução econômica do governo Bolsonaro, Zema tenta tornar-se uma referência política aos apoiadores do ex-presidente, tendo como objetivo central uma disputa ao cargo de presidente em 2026. Na própria conversa chega a apontar a necessidade da unificação da direita (liberais, neoliberais e conservadores), além lógico dos anti PT, para polarizar as eleições novamente. No entanto, acredito que o governador não consegue ter liga para unificar essas correntes, pois assume como dos outros suas interpretações equivocadas da política, cultura e vida do querido povo brasileiro.


Nas últimas semanas alguns avanços governamentais na gestão do PT promoveram um atiçamento desta direita conservadora. Os avanços econômicos, mesmo de viés neoliberal, ampliam as necessidades de contraponto da oposição. Ocorre que a cada vez que escalam o Zema para ser o porta voz deste retrógrado grupo civilizacional - que governou o Brasil e felizmente foram derrotados em 2022 - os estragos são enormes, pois ele em sua crendice xenofóbica, mais distância, do que aproxima. Os conservadores de direita, referência para Zema, encontram-se perdidos e felizmente sem líderes com capcidade aglutinativa.


Porém, não devemos baixar a guarda. É necessário que possamos manter a unidade de conter as narrativas da direita conservadora, que se encontra abalada, mas pulsando em milhões de corações aptos a qualquer loucura no intuito de venderem o Brasil, nem que seja para derrotar o que eles denominam de comunismo.

 

PLANO DIRETOR

A atualização do plano diretor de nossa cidade deveria ter sido iniciada em 2016, no entanto a inércia da gestão municipal fez com que apenas em 2023 pudéssemos iniciar os debates sobre esse tema de muita importância para a organização da cidade. Este é o documento técnico que legitima a organização dos espaços, das edificações a serem construídas e demais aspectos físico-territoriais da cidade, inclusive a determinar o que é e onde começa a área rural. Por força de Lei sua elaboração deve abrir espaços para a sociedade poder manifestar suas opiniões. Desta forma, a Prefeitura de Boa Vista realizará uma audiência pública para debater a proposta inicial, no próximo dia 10/08/2023, na praça do bairro Nova Cidade. Eu na quarta-feira, em nossa coluna tratarei desse tema. Quem quiser conhecer os produtos elaborados é só acessar o link https://boavista.rr.gov.br/plano-diretor/produtos. O debate é fundamental para que possamos evitar que nossos corredores de vento sejam prejudicados com a construção de pédios próximos ao rio branco.

 

LINHÕES

Em Parintins o Governo Federal assinou 2 atos de importância para o Estado de Roraima. O primeiro é a autorização da obra do linhão de Tucuruí, as etapas do projeto já estavam em execução, principalmente com o componente indígena. Agora terão execução o início das obras físicas da construção das subestações e colocação das torres de transmissão. A conclusão das obras é esperada para 2027, quando o estado será interligado ao sistema nacional, podendo recer ou enviar energia produzida.


No entanto, o segundo ato permite uma celeridade maior na garantia da segurança energética de Roraima. O governo federal assinou um decreto para retomada de compra de energia do complexo de guri. portanto, em breve poderemos ter o barateamento do valor das contas de energia, tendo em vista o custo de produção em guri ser mais barato que a logística de trabalho das termelétricas que funcionam em Roraima.

 

CHATEADINHO

O senadozinho do republicanos de Roraima, aquele que negociou com o governo a indicação de seu filho para membro do TCU, parece que ficou chateado de não ser convidado pelo governo para participar da festa e sair nas fotos durante os decretos do governo para liberação dos linhões de energia de Guri e Tucuruí. Em comunicado ele falou que a obra só irá sair devido a Bolsonaro. Hilário, pois a obra era para ter sido executada desde 2012, porém o Governo Anchieta e depois Suely que Mecias apoiava nunca fizeram pressão alguma para construção da obra.


Já o Governo Denarium resolveu abrir mão do linhão de Tucuruí e brigar por mais termelétricas em Roraima. Felizmente a pressão popular forçou movimentações políticas no governo Bolsonaro que fechou o componente indígena, mesmo a contragosto de Mecias que defendia a obra sem negociação com os indígenas, ou seja, a obra não sairia nunca. Até por que não acredito na vontade do senador em ter outras fontes de fornecimento de energia, lembro a você que lá no reduto eleitoral de Mecias foi implantada a Biofulls, empresa que produz energia com uma termelétrica de biodiesel de dendê.


A raiva do senadozinho deve ter sido potencializada em virtude de 2 deputados federais do MDB de Roraima estarem presentes, o governador tava lá tirando foto com Lula e dizendo que é o melhor presidente para Roraima - aquela coisa do Bolsonaro era mentira ou Denarium é um ator maravilhoso, pois é Lula desde criancinha, tanto é que sobrou foto com os sorridentes Titonho Bezerra e Evangelista Siqueira - além destes estava presente também o Prefeito de Boa Vista.


Ou seja, nenhum dos pretensos candidatos do Mecias a Prefeitura saíram na foto. Por isso, chateado e descartado, afirmou que a obra é de Bolsonaro. Para não perder a viagem tresloucada disse que fiscalizará para a obra não ser atrasada pelo governo federal, importante salientar que a responsabilidade da obra é de um consórcio que só aceitou continuar com a obra após o governo Lula repactuar os preços que estavam defasados.

 

LIQUIDA GERAL

A forma como a gestão do ex-presidente tratou nosso país, o povo especialmente, parece que fomos colocados à venda. Primeiro entregou nosso petróleo aos interesses internacionais, diminuindo o refino por aqui e ampliando a compra dos outros países. Pagamos caríssimo por isso, pois os custos de importação são enormes e a gestão do governo havia mantido a dolarização do preço ao consumidor final criado por Temer quando governou, após o golpe.


Depois foi a abertura irrestrita de vários insumos e produtos acabados, impondo o fechamento de empresas e aumentando o custo de produtos. Lembro que o governo queria permitir que estrangeiros pudessem comprar terras no Brasil e abrir serviços de saúde para atuação de empresas estrangeiras. Realmente fomos colocados em liquidação de árvores da Amazônia e de vidas de brasileiros, pois o número de famintos só cresceu no governo do coiso e seus aliados.


No entanto, as descobertas dos correios eletrônicos do coronel Cid, ajudante de ordens, ou seja, aquele que cumpre ordens, demonstra que o ex-presidente levou tão a sério a questão da liquidação do Brasil que tentou vender patrimônio público literalmente. Investigações da polícia federal demonstram que Mauro Cid tentou negociar a venda de um Rolex que Bolsonaro havia ganho e estava registrado como um bem da União, sob responsabilidade do ex-presidente.


Além da venda do Rolex foi descoberto a doação de pedras preciosas feitas em Teófilo Otoni (MG) para Bolsonaro e sua companheira Michele. Por ordens de Mauro Cid em mensagens a seus subordinados, essas pedras preciosas não deveriam ser cadastradas. É preciso que a PF esclareça rapidamente essa situação, pois é um crime sério se houver participação do ex-presidente nesta situação.

 

CÚPULA DA AMAZÔNIA

Iniciou hoje em Belém o encontro dos mandatários da região amazônica, mais representações da Indonésia, Congo, República Democrática do Congo e França. O presidente da COP 28 e o Presidente da CELAC também estarão nos 2 dias de encontro. A proposta retoma uma importante unidade prevista no Tratado de Cooperação Amazônico, assinado em 1978, fruto da criação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OCTA). A retomada desta espaço de diálogo é importante para nossa região, principalmente em virtude das novas premissas da necessidade de um novo pacto social, pautado na valorização dos povos tradicionais, na consolidação de um novo modelo de desenvolvimento humano, fundamentado na sustentabilidade ambiental e humana, e na consolidação de uma aliança em defesa do clima e da vida. A proposta é fundamental para que os amazônidas dos 8 países que compõe os mais de 6,3 milhões de Km² possam consolidar uma visão estratégica em torno da proteção as pessoas e remodelamento das iniciativas econômicas. O principal caminho é estruturar uma vertente bioeconômica que proteja florestas, águas e povos. Acertaram os presidentes amazônicos na realização deste encontro, pois é necessário uma visão conunta e integrada para região. Esperemos os resultados práticos na próxima quarta-feira.

Bom dia com alegria

 

Fábio Almeida

fabioalmeida.rr@gmail.com


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