Nos encontramos a 8 meses das eleições que ocorrerão em 02/10/2022, o primeiro turno, lógico. A disputa eleitoral terá como centro de sua disputa o modelo de gestão do Estado Nacional, as duas perspectivas que se coadunam como referência nos debates consistem no modelo neoliberal e o socialdemocrata. Porém, nacionalmente as federações que devem ter sua constitucionalidade formalizada essa semana, pelo STF, consistem em uma novidade nas disputas eleitorais que podem redesenhar a organização partidária no Brasil.
Essa ferramenta imporá aos partidos políticos a formalização de atuações conjuntas no parlamento e nas eleições de forma perene, passando a existir com identidade própria, mas atuando, por meio de alianças programáticas permanentes entre várias legendas. Uma federação criada deve obrigatoriamente permanecer constituída pelo período de 4 anos, portanto as novas personalidades jurídicas a serem formalizadas até 2 de março, participarão juntas das eleições de 2022 e 2024.
Hoje, no país existem algumas federações em debate, sendo: a) PT, PSB, PV e PCdoB; b) PSOL e REDE; c) PSDB, MDB e Cidadania; d) União Brasil e MDB; e) Podemos e Cidadania; f) PSC, AVANTE e Patriota; g) PL, PROS, PTB e Republicanos. A realidade é que as conversas e acomodações de interesses dos caciques partidários e mandatários irão confirmar ou não essas alianças que terão impacto direto na formatação das disputas eleitorais em Roraima.
As candidaturas majoritárias são importantes no processo de construção de coalizões políticas, independente da forma de sua constituição, seja ideológica ou financeira, são instrumentos de aglutinação de pessoas, partidos e movimentos. Hoje, em Roraima, temos apresentadas 3 pré-candidaturas ao Governo, uma do PP, outra do MDB e uma terceira do PTB, partidos que diretamente dão suporte ao Governo de Bolsonaro, principalmente, defendem abertamente um projeto neoliberal de retirada de direitos da classe trabalhadora e privatização do Estado. O Estado mínimo defendido por eles possui como lastro teórico a efetiva exclusão dos barrados pelo sistema produtivo capitalista, os desempregados.
As eleições se realizarão sob o marco burguês, desta forma o modelo produtivo capitalista não será de forma alguma suprimido por meio dela, porém, temos em disputa nestas eleições modelos de Estado, como afirmado anteriormente. O modelo neoliberal que defende a privatização de serviços e bens públicos, possui a defesa do Estado mínimo para o povo e máximo para os riscos e empresas é capitaneado pelo Governo Bolsonaro e pelos partidos PL, PTB, PSDB, REPUBLICANOS, PP, AVANTE, PODEMOS, CIDADANIA, UNIÃO BRASIL, PSD, PSC, PATRIOTA, SOLIDARIEDADE, NOVO, PTC, DC, PRTB, PMN, MDB, PMB.
Noutro campo encontramos os socialdemocratas e os partidos PT, PSB, PDT, PV, REDE com uma perspectiva política de que é possível por meio da reestruturação do capitalismo garantir uma melhor qualidade de vida às pessoas, com o Estado assumindo um papel indutor e regulador do desenvolvimento e de proteção da pessoa humana. E os de esquerda PSOL, PCB, PCdoB, PSTU, UP E PCO que participam do processo eleitoral burguês, mas defendem a ruptura com o atual modelo de produção, a fim de garantir uma nova forma de produção e desenvolvimento humano.
É importante compreender essas orientações partidárias, a fim de que possamos delinear políticas públicas que possibilitem rompimento com a fome, o desemprego e a morte que cercam os bairros e casas da maioria da classe trabalhadora. A luta de classe consiste em um confronto efetivo entre burgueses e trabalhadores pelo controle do Estado e sua forma de organização, estando os neoliberais e liberais ao lado da burguesia, os sociaisdemocratas ao centro pendendo ora à burguesia, ora aos trabalhadores, e a esquerda ao lado da classe trabalhadora.
Roraima historicamente é governado por partidos com viés neoliberal, chegando em 2018, no auge do bolsonarismo a eleger um representante da aristocracia rural que impôs um amplo processo de desregulamentação do setor ambiental e de terras, impactando direta ou indiretamente a vida das pessoas. Combater esse modelo de gestão é fundamental para que possamos superar as cerca de 49% de pessoas que sobrevivem no Estado com até ¼ do salário mínimo.
Precisamos como sociedade reorientar a gestão pública, no Estado de Roraima, combatendo a militarização da sociedade, a xenofobia, o racismo, a misoginia, a concentração de renda, a ausência de serviços de educação e saúde de qualidade e a escassez de políticas de acesso e produção cultural. Enfrentar esses temas são essenciais para forjarmos uma sociedade mais justa e inclusiva. Porém, o combate ao desemprego é uma tarefa urgente, em defesa da vida, principalmente de nossos jovens, assassinados quase todos os dias, por serem seduzidos pelo crime organizado que além do tráfico de pessoas, drogas, armas, controla as relações comerciais do Estado e agora gerenciam os garimpos criminosos em vários pontos do Estado, especialmente na TI Yanomami.
O Desemprego é um grande câncer social em Roraima, situação ampliada com a chegada dos irmãos venezuelanos que migram devido as disputas políticas em sua terra, mas principalmente em devido aos impactos impostos pelo embargo econômico estadunidense. A solução imediata se encontra na criação de frentes de trabalho para construção de casas e outros equipamentos públicos, como lavanderias comunitárias, necessários a vida do povo. O fortalecimento do cooperativismo, associativismo e da economia solidária surge como primordial na geração de emprego a curto prazo. Bem como o desenvolvimento da cultura e da agricultura familiar como ferramentas na geração de empregos.
Para mudar a realidade de abandono, privilégios para poucos e a corrupção que vivemos é primordial a derrota dos partidos que sustentam o neoliberalismo em Roraima, os quais reproduzem um modelo de Estado que atende os interesses de amigos e parentes, enquanto o povo sofre na disputa das migalhas, anunciadas com sorrisos sarcásticos. Podemos construir caminhos mais humanizados ao povo, quem escolhe se quer uma sociedade melhor somos nós, porém precisamos unificar sindicatos, movimentos sociais e partidos progressistas e de esquerda em torno de um Governo Popular e anticapitalista.
BALA E MEIO AMBIENTE
Alguns especialistas e organizações ambientais veem com preocupação o último ano do Governo Bolsonaro. A liberação de porte e posse de armas, na área rural, amplifica as mortes de lideranças rurais e ambientais, apenas no mês de janeiro foram registrados oficialmente 8 assassinatos. As entidades acreditam que as eeições irão protagonizar conflitos, principalmente se o congresso nacional aprovar o PL 2633/2020 que reconhece a posse legítima de terras públicas griladas e o PL 490/2007 que estabelece o Marco Temporal para demarcação de terras indígenas. O ano de 2022, com o desfinanciamento dos órgãos de controle ambiental, a capitulação das polícias aos interesses bolsonaristas e o aparelhamento do INCRA e FUNAI pela aristocracia rural consolidam as condições adequadas para amplificação da violência contra os povos rurais e seus aliados.
O FIM DO PSDB
O partido da social democracia brasileira foi criado em 1988, a partir de uma cisão do MDB, adotando como orientação os caminhos neoliberais, o fracasso das gestões públicas que ampliaram o desemprego e a fome fragilizaram os discursos do partido. Some-se a crise existencial, as posições antidemocráticas adotadas pelos tucanos que não reconheceram a derrota nas eleições de 2014, apoiaram o golpe de 2016 e a candidatura de Bolsonaro em 2018 no segundo turno. A realidade do PSDB é uma candidatura fragilizada, a Presidência da República, e a debandada de senadores e deputados federais/estaduais que não querem ver seus nomes afundando junto ao Doria.
EUA E O ROMPIMENTO DE ACORDOS INTERNACIONAIS
A crise forjada em torno da entrada da Ucrânia na OTAN levou o Estado russo a proteger suas fronteiras, colocando em crise acordos internacionais assinados, suplantando os interesses em torno do controle de rotas de energia, como vimos nos conflitos recentes protagonizados pelos americanos. Acordos internacionais são essenciais ao convívio pacífico entre a sanha imperial das nações, desta forma, em 1999, foi assinada a Carta de Segurança Europeia, prevendo o princípio da indivisibilidade de segurança, na cidade de Istambul. Sendo ratificado em 2010 na cidade de Astana, pela Declaração de Astana. O princípio fundamental deste acordo consiste na liberdade dos países escolherem alianças, bem como evitar medidas que fortaleçam a segurança de um Estado, em detrimento de outro. Para o governo russo estes acordos internacionais estão sendo quebrados quando os EUA e a OTAN defendem a instalação de bases militares na Ucrânia. Essa postura estadunidense, acompanhada pelo Reino Unido, coloca em cheque os organismos internacionais como mediadores de conflitos, abrindo uma nova corrida armamentista que pode nos levar a momentos de muita dor.
ARGENTINA E A ROTA DA SEDA
Alberto Fernández após receber a posição favorável da Rússia pela entrada da Argentina no BRICS, anunciou a entrada da Argentina no programa de investimentos da China, denominado Nova Rota da Seda ou one belt, one road (um cinturão, uma rota). A proposta prever investimentos de U$ 5 trilhões em projetos de infraestrutura terrestre (cinturão) conectando Oriente Médio, Europa, Ásia e África e marítima (rota) com projetos no oceano pacífico, índico e mediterrâneo. O anúncio da entrada da Argentina no programa entrevê investimentos de U$ 23 bilhões em obras e projetos, sendo um novo polo de investimentos em países da costa do pacífico. Essa movimentação chinesa irritará mais ainda o "Tio Sam" que perde protagonismo na região diante de novas relações econômicas que se forjam sem interferências nos processos sociais e políticos dos países. Ante o novo cenário de polaridade política e bélica, a China movimenta-se com sabedoria na construção de aliados. Se não tirarmos o Incompetente da República podemos sofrer consequênias serissímas ao nosso povo.
A FRENTE ELEITORAL BOLSONARISTA COMEÇA A FAZER ÁGUA
Uma das expectativas de Bolsonaro era criar palanques nos Estados de sua confiança, desta forma escalou pessoas de seu primeiro escalão para disputar cargos de Governo, principalmente nas localidades onde não possuía relação com os atuais governadores. Entre os possíveis candidatos, três já falaram sobre mudanças nos planos. Fábio Farias e Rogério Marinho avaliam disputar uma vaga na câmara federal, já a Ministra da Agricultura, ou melhor da liberação de agrotóxicos, cotada por Bolsonaro para disputar o Governo do Mato Grosso do Sul, avalia também concorrer a uma vaga da câmara federal. A queda de popularidade, a ausência de políticas que melhorem a qualidade de vida do povo brasileiro, a política de ódio e a criminosa atuação na pandemia impõe aos aliados de Bolsonaro voos menores, muitos já avaliam pular do barco que se encontra a deriva.
CORTES NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
O conhecimento científico é fundamental para que possamos consolidar processos produtivos e sociais que melhorem a nossa qualidade de vida, principalmente no que condiz a proteção ambiental e a geração de emprego. Ocorre que o Brasil, desde que Bolsonaro assumiu o Governo, impõe cortes consecutivos ao setor, seja diretamente as agências de ciência e tecnologia ou as instituições de ensino superior. Os investimentos aplicados hoje no Brasil são 73% menores que os recursos aplicados em 2015, já os recursos destinados a CAPES, CNPq e ao FNDCT retroagiram ao investimento aplicado no ano de 2000. Já os cortes impostos as IFES fizeram com que os valores investidos nas 69 instituições fossem idênticos aos destinados em 2017. Enquanto isso, o país destina R$ 1,9 trilhões para financiar bancos e especuladores financeiros.
ASSEMBLEIA DO SINTER
No último sábado o SINTER realizou uma assembleia extraordinária, reuniu dezenas de filiados e filiadas que avaliaram a posição do sindicato diante do reajuste concedido pelo Governo do Estado, ante a defasagem salarial de 36%, em virtude da variação da inflação. Os participantes aprovaram a criação de uma comissão para estabelecer uma nova mesa de negociação com o Governo de Roraima, além da mobilização dos sindicalizados em seus locais de trabalho. Além disto foi aprovada a participação do Sinter no dia de paralização nacional que ocorrerá no dia 09/03/2022, tendo como pauta o reajuste salarial e o arquivamento da PEC 32/2020, o fim das privatizações, o combate a fome e a carestia.
HIRAN ULTIMA O GOVERNADOR
Controlador do direito de Denóquio disputar ou não as eleições, pelo PP, Hiran repete o modus operandi de 2018 e começa a confrontar o signatário do palácio Senador Hélio Campos em torno de sua candidatura ao Senado. Em entrevista a uma rádio local afirmou que não admitirá na chapa ao Governo mais do que a sua candidatura ao Senado - é muita prepotência. Assume o desesperado – flagrantemente derrotado nas eleições de 2020 – Deputado Chorão que possui as condições de disputar o cargo de Senador, a condição essencial para ele é todos os pretendentes retirarem suas candidaturas e apoiarem o médico oftalmologista que presta serviços ao SUS, além de ser Deputado Federal. Enfim, Hiran acredita que ele é quem definirá os rumos de Denóquio, essa peleja, a exemplo de 2018, transformará a eleição do atual governador dos ricos em um ambiente de discórdia, como aconteceu com a Suely Campos.
BOM DIA COM ALEGRIA
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