Os homicídios não podem se transformar em uma banalidade, sob o pretexto de combate as atividades criminosas, não podemos admitir assassinatos. Os dados demonstram claramente que os assassinatos são uma dura realidade que pode atingir a qualquer momento nossas famílias, pois o desrespeito a vida fortalece a cultura de violência, propagada pela disseminação do ódio. Mesmo tendo, como sociedade, eleito um Presidente da República que é garoto propaganda de armas de fogo, e, já afirmou que gostaria de matar uns 30 mil, ainda acredito no meu povo brasileiro.
Entre os anos de 2009 e 2019 foram assassinadas no Brasil 623.439 (Fonte IPEA) pessoas, ou seja, é como mais de uma cidade de Boa Vista sumisse do mapa a base de bala, faca ou violência física. É um número assustador que reflete a endemia que representa os homicídios no Brasil. Quando olhamos a estratificação dos dados, o assombro causado pela estatística nos remete a questionar nossos princípios como sociedade, pois não me é compreensível, como não nos revoltamos com a morte de 333 mil jovens, entre 15 e 29 anos de idade.
Os dados sobre a violência contra o direito fundamental a vida e a existência, interrompida, por outra vida, se achar no direito de extingui-lo. Entre os cerceados na década analisada, 53% eram jovens e 77% eram negros, enfim em sua grande maioria os exterminados pela cultura da violência contra a vida, eram sim, JOVENS NEGROS. Quantos destes ceifados eram inocentes? É possível assumimos como sociedade que a morte de criminosos é justificada? Por que matamos tanto no Brasil, um país cristão?
Os dados de Roraima não deixam de trazer preocupações. Em 2018, lideramos o ranking (maldita referência) de estado mais perigoso para um jovem viver. Sim. MATAMOS NOSSOS JOVENS! Não só eles. MATAMOS TAMBÉM NOSSAS MULHERES. Roraima figura com uma taxa de homicídio de mulheres 79,03% maior que a média nacional. O IPEA em seus estudos, publicados em 2020, demonstraram que entre os anos de 2008 e 2018 a taxa de homicídio deste segmento da sociedade roraimense cresceu 186,8%, saltando de 7,1% para 20,5%.
As perguntas realizadas acima, servem para refletirmos, sobre esses dados. Sugiro que aproveitemos estes índices e possamos cobrar nas eleições de 2022 dos candidatos ao Governo e a Presidência, além dos parlamentares, ações concretas do Estado brasileiro para reduzirmos estes números, caso contrário, amanhã, pode ser você ou eu a chorar o assassinato de alguém.
TERRA INDÍGENA YANOMAMI É MARCADA POR SANGUE
A associação Hutukara, representante dos interesses dos povos que residem na TI Yanomami, foram surpreendidos pelo relato de mais sangue indígena derramado nos rios que banham a região noroeste e oeste do Estado de Roraima. Desde que empresários, milicianos e desempregados juntaram-se para explorar ouro e diamante, o assassinato de indígenas é uma realidade vivida em muitas comunidades.
O álcool e as drogas são peças impulsionadoras dessa violência. Porém, os principais conflitos se estabelecem pelo processo de expansão da exploração aurífera, impondo conflitos constantes entre as milícias armadas que sustentam as atividades de garimpeiros e empresários nos criminosos garimpos que ceifam vida de indígenas.
Os dois óbitos relatados pela entidade representativa ocorreram no alto rio Apiaú, na comunidade Moxihatëtëma, onde vivem indígenas que por opção, vivem isolados de contatos com a população não índia e com os próprios outros indígenas. O isolamento de um povo, defensor do BEM VIVER é quebrado pela sanha destruidora de vidas que impõe a lógica do capitalismo aniquilador de ambientes e relações humanas.
As duas mortes ampliarão, ainda mais, os dados do ATLAS DA VIOLÊNCIA, publicado pelo IPEA, agora em 2021, que figura Roraima como o segundo Estado brasileiro que mais assassinou indígenas. Isso mesmo. Além, de jovens e mulheres figuramos entre os principais Estados mais perigosos para indígenas viverem. Estes dados são corroborados pelo CIMI que publicou, agora em outubro, seu relatório anual de violência contra os povos indígenas, demonstrando que entre os anos de 2019 e 2020 o número de ASSASSINATOS DE INDÍGENAS AUMENTOU 61%, no ano passado chegou-se ao triste número de 182 indígenas assassinados.
FALTA DE ÁGUA E VERGONHA NA CARA DOS GESTORES PÚBLICOS
A Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (CAER), criada no início da década de 1970, passou com a criação do Estado a ser gerida pelo Governo local. Porém, a Constituição de 1988, estabeleceu que os serviços de caráter contínuo são de competência dos municípios.
Isso mesmo. A RESPONSABILIDADE PELA OFERTA DE SERVIÇOS DE ÁGUA, ESGOTO, RESÍDUOS SÓLIDOS E DRENAGEM É DO MUNICÍPIO, portanto, a CAER, nada mais é do que uma prestadora de serviços aos municípios, exceção são Caracaraí e Uiramutã que não aceitaram assinar os famigerados contratos de programa em 2011. Fato este que levaria o Governador do Estado a responder por improbidade administrativa, por operacionalizar sistemas de abastecimento de água e esgoto sem o amparo exigido pela Lei.
Assim, a cobrança sobre a falta de água vivida por uma grande maioria dos bairros periféricos de Boa Vista, enfrentado neste último final de semana pelos bairros mais elitizados, deve ser direcionada a Prefeitura Municipal de Boa Vista, que possui responsabilidade de cobrar o prestador de serviço por não cumprir com as reponsabilidades estabelecidas, em contrato.
O maior problema vivido pelas cidades roraimenses, em sua grande maioria – podemos aqui excluir Pacaraima e Uiramutã que enfrentam problemas de captação – consiste na ausência de estruturas de reservação e tratamento de água. Gostaria muito de trazer por aqui os dados de investimentos da CAER, diante de seu faturamento, porém O PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DA EMPRESA, NÃO É TRANSPARENTE. Em outra oportunidade apresento os dados.
FALANDO DE SANEAMENTO. E A CPI DO LIXO DA TERESA SURITA?
A câmara de Vereadores de Boa Vista abriu uma CPI para averiguar o milionário contrato da Sanepav com a Prefeitura Municipal de nossa capital, dados de 2015 demonstram que a gestão municipal gastou, naquele ano, 46% dos recursos próprios com a Sanepav. É muita grana. Hoje, o contrato supera a marca de R$ 90 milhões, segundo dados dos vereadores da CPI.
Ocorre que a Prefeitura nega apresentar a documentação referente a gestão da ex-Prefeita Teresa Surita. O QUE A GESTORA MAQUEADORA TÊM MEDO DE TORNAR PÚBLICO? Mesmo com determinação do STF, por decisão de Luiz Fux, da obrigatoriedade de apresentação da documentação solicitada pela CPI a Prefeitura não entregou. Em 19/10/2021, o Ministro do STF emitiu uma nova intimação. TERESA DEIXA O POVO VER ONDE ERAM GASTOS OS RECURSOS DESTE CONTRATO MILIONÁRIO COM A SANEPAV.
AONDE QUER CHEGAR O GOVERNO COM A PORTARIA 620/2021?
A publicação realizada pelo ministério do Trabalho e Previdência, dirigido pelo réu confesso de caixa 2 Onix Lorenzoni, possui como pano de fundo mobilizar em torno do Governo Bolsonaro os signatários das campanhas contra vacinação.
A proposta em seu teor central inclui duas principais diretrizes: a) a demissão por justa causa pela não vacinação e b) a exigência de comprovante de vacinação em contratações ficam vedados às empresas. Mantém, o Governo e seus asseclas a política de proliferação do vírus, ao invés de incentivar campanhas de vacinação nos locais de trabalho, em parceria com os municípios, para melhorar nossa segurança sanitária. Não. Segue o mesmo caminho de subjugação dos direitos coletivos, a interesses individuais, independente dos riscos a milhões de brasileiros e brasileiras.
A lógica é de plena campanha eleitoral e mobilização de segmentos a fim de que possam tentar recuperar a rejeição demonstrada nas pesquisas eleitorais, as quais apresentam ampliação da rejeição de Bolsonaro que chaga a casa de 59%. Sobra então mobilizar o conservadorismo violento e assassino que sempre foi seu sustentáculo político, a exemplo do que fez na Assembleia de Deus, em Roraima, ao pregar contra a vacina e a exigência de comprovante de vacinação, pelas autoridades sanitárias locais.
COP 26 E A DEMISSÃO DO COORDENADOR DO FÓRUM BRASILEIRO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS OSWALDO LUCON.
Além das principais lideranças políticas do país não estarem em Glasgow, Escócia, para acompanhar as pactuações em torno da redução dos gases que impactam no aumento da temperatura na Terra. O Governo foi surpreendido com o pedido de demissão de Oswaldo Lucon, responsável pela gestão das políticas de redução dos efeitos e impactos ambientais no Brasil. O pedido de afastamento surge menos de 24 horas depois do governo anunciar novas metas para o Brasil, segundo o demissionário, vários países estão com métricas não claras, no tocante as medidas apresentadas na COP 26, claramente o recado foi ao Governo brasileiro.
PEC 23/2021 IRRIGARÁ ORÇAMENTO SECRETO
ISSO MESMO, NO BRASIL TEMOS UM ORÇAMENTO SECRETO, consiste em uma estrutura de compra de votos, por meio de emendas parlamentares. Os recursos aprovados no orçamento, somam algo em torno de R$ 33 bilhões, poderá ser acrescido com R$ 20 bilhões. Oriundos de uma pedalada, ao se mudar os critérios de correção dos gastos primários do orçamento, por meio de novos métodos de aplicação dos índices da inflação. Para sensibilizar a população a mudança vincula-se a criação do programa social Auxílio Brasil. A PEC 23/2021 livrará R$ 100 bilhões, sendo que apenas R$ 30 bilhões serão direcionados ao novo programa, o restante dos recursos possui um secreto destino, servirá, em minha opinião, a tentativa de reeleição de políticos, ESPERO QUE NÃO SEJA POR MEIO DA AQUISIÇÃO DE TRATORES SUPERFATURADOS, como ocorreu neste ano que passou.
BRASILEIROS SERÃO LARGADOS A PRÓPRIA SORTE COM A CRIAÇÃO DO AUXÍLIO BRASIL
Hoje recebem o auxílio emergencial, no país, cerca de 39 milhões de pessoas, distribuídas em todas as partes do país, deste total, 14 milhões são inscritos no atual Bolsa Família, extinto pela PEC 23/2021. Ocorre que com a criação do AUXÍLIO BRASIL O GOVERNO ATENDERÁ APENAS 17 MILHÕES DE PESSOAS. Portanto, 22 milhões de brasileiros e brasileiras dependentes do auxílio Emergencial deverão ser largados a própria sorte pelo Governo Bolsonaro. Enfim, este é um Governo de ataques aos mais pobres e amparo dos mais ricos.
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