Operação Ganges foi o nome escolhido pela polícia federal para denominar a operação realizada em Roraima, Amazonas, Acre e São Paulo, a investigação conduzida pelo MPF e 4ª vara da justiça federal de Roraima, tenta desbaratar uma rede internacional de tráfico humano. Não são venezuelanos ou centro-americanos, são asiáticos que pagam U$ 20 mil para tornarem-se explorados e escravizados em terras brasileiras.
A porta de entrada é Roraima, aproveitam-se os criminosos da imigração centro-americana para o Brasil, depois que os EUA fecharam suas fronteiras, os quais possuem duas portas de entrada no país, uma pela República Bolivariana da Venezuela e outro pela República Cooperativista da Guiana.
A crescente imigração, diante da fome e do desemprego que impera na América Latina, atraiu organizações criminosas que aprofundaram o processo de exploração da vida das pessoas, são sonhos que se transformam em pesadelos, opressão, tortura, estupro. São seres humanos que ganham milhões – essa organização atingida pela operação de ontem, segundo a justiça, deve ter movimentado nos últimos 3 anos algo em torno de 50 milhões – com tráfico de pessoas, a grande maioria mulheres, utilizadas essencialmente para escravidão sexual.
Os dados são assustadores quando olhamos os números disponíveis. Estudos apresentam que em 2015 foram movimentados cerca de U$ 31 bilhões, dados de 2012, da ONU demonstraram que quase 21 milhões de pessoas se encontravam em situação de trabalho forçado que consiste na principal modalidade de tráfico de homens e meninos.
Em fevereiro de 2021, a ONU, emitiu um relatório analisando especificamente o tráfico de crianças no mundo. Os dados demonstram que o número de meninos e meninas traficadas triplicou nos últimos 15 anos, tendo encontrado, os traficantes de seres humanos, nas ondas migratórias as condições ideais para essa horrenda prática – em virtude da grande concentração de riqueza nos países centrais do sistema capitalista.
Afirma a ONU que mais da metade das crianças traficadas são utilizadas em estruturas de exploração sexual, 38% se encontram em trabalhos forçados, 6% obrigadas a realizarem atividades criminosas. Esse tráfico não ocorre apenas entre as fronteiras internacionais, organiza-se também internamente nos países. A crise estrutural do capitalismo e a pandemia da COVID amplificam nos países da periferia econômica as condições de miserabilidade, facilitando o crescimento e a diversificação da atuação das organizações criminosas.
Porém, os dados divulgados na investigação apresentam uma novidade. O Brasil figura desde o século passado como um dos países referência na origem de pessoas traficadas. Segundo as informações divulgadas, o país passou a ser destino de pessoas traficadas de outras localidades, demonstrando uma mudança no padrão da atuação das organizações criminosas, demonstrando o quanto grave é a crise econômica e a concentração da riqueza no mundo.
O retorno da militarização das escolas
O Deputado Estadual Coronel Chagas, em ano pré-eleitoral, retoma seu discurso de militarização de escolas em Roraima. Os investimentos nestes estabelecimentos não são idênticos ao destinado as outras escolas. A construção de qualquer experimento social sob a perspectiva da opressão e do medo cria falsas inferências, pois a lógica das escolas militarizadas é excluir o que denominam de discentes problemas, impor castigos a estudantes e restringir atividades.
A conquista do IBED de 4,3, externado pelo Governador do Estado, é fruto de uma ação conjunta de professores, alunos e demais integrantes dos estabelecimentos de ensino, apontar as escolas militares como exclusivas nesta conquista consiste na demonstração de desprezo a docentes e discentes que se esforçaram para tirar uma boa nota, mesmo com as escolas não militarizadas recebendo bem menos investimentos, em relação as que se encontram cheias de militares recebendo um soldo a mais que o salário ou a aposentadoria. Gerando uns votinhos de quebra para o Deputado Chagas, vulgo coronel de barranco, que controla este programa.
Não precisamos de militares em nossas escolas. Precisamos de investimentos concretos na transformação de prédios em escolas, bem como valorização dos professores.
Quem mente Guedes ou IBGE?
O Ministro da Economia diante do desemprego em massa, da redução de investimentos externos no Brasil, da queda de importações e exportações, da inflação e da alta de juros teve a coragem de afirmar que o Brasil apresenta todas as condições econômicas de crescimento, “o Brasil está voando”. Só se for nos delírios neoliberais e autoritários das notícias falsas que estruturam o Governo Bolsonaro.
Ontem, o IBGE divulgou o PIB do último trimestre, sendo identificado uma queda de 0,1%, no trimestre anterior foi registrado uma queda de 0,4%, demonstrando, desta forma, que o país se encontra em recessão, tendo em vista a contração econômica em dois trimestres consecutivos. O pior é que as medidas do Governo são ínfimas e não enfrentam os fatores que pressionam a inflação e a alta dos juros, indicadores econômicos que inibem o gasto de recursos pelas pessoas, e consequentemente a geração de empregos.
Eu confio no IBGE. E você?
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